segunda-feira, 11 de julho de 2022

OITAVO ANO REVOLUÇÕES INGLESAS



 

REVOLUÇÕES INGLESAS


Ascensão da Burguesia


Para entender sobre as Revoluções Inglesas, que aconteceram no século XVII, antes é necessário compreender a situação em que se encontrava a Inglaterra antes desse período. No século XVI, o país inglês passava por alguns momentos transitórios, já que características feudais ainda eram existentes no local, principalmente em relação ao comércio e ao plantio das terras. 

Elisabeth I, que era uma rainha da dinastia Tudor, filha de Henrique VIII, iniciou um novo processo comercial no país, investindo na marinha inglesa e na pirataria, com o intuito de fortalecer a economia da época. 

Outra questão importante é referente as terras que Henrique VIII confiscou da Igreja Católica, quando transformou a Inglaterra em anglicana. Essas terras foram vendidas, gerando lucro. 

No mesmo período, foi instituída uma lei chamada Lei dos Cercamentos de Terras, em que as terras que eram utilizadas de maneira geral passaram a ser cercadas e vendidas para nobres burgueses, que investiam nesses espaços. 

Essas áreas foram concentradas, gerando um êxodo rural. Já que os camponeses não possuíam mais espaços naquele território, eles passaram a ir para a cidade, em busca de novos trabalhos, a exemplo das manufaturas têxteis.


Como nada é por acaso, na maior parte das terras que foram vendidas havia uma grande criação de ovelhas, para a produção de lã, que eram vendidas para as cidades onde se instalavam as produtoras têxteis. Então, uma servia de matéria-prima para a outra, que gerou em seguida os primeiros indícios da Revolução Industrial.


As Revoluções Inglesas


Com uma duração de quase 50 anos, entre 1642 e 1689, as Revoluções Inglesas foram cercadas por quatro momentos específicos. Esse período foi considerado a primeira grande revolução da burguesia dentro da Europa e o início de uma mudança de tempos que questionava o Absolutismo e a nobreza no poder.


Tudo começou com a morte da rainha Elisabeth I, conhecida como a rainha virgem, pois não havia gerado um sucessor. Foi então que se iniciou uma nova era, a da dinastia Stuart.


O primeiro rei a governar nessa época foi o Jaime I. A princípio, ele começou a inserir diversas mudanças que não agradaram ao Parlamento, nem tão pouco a sociedade. A primeira dela foi a chamada Intolerância Religiosa. Por ter influências católicas, ele não permitia o Calvinismo, perseguindo aqueles que praticavam tal religião.


Além disso, ele passou a aderir ao que foi chamado de Direito Divino dos Reis, concedia aos monarcas grandes poderes no governo do Estado. Porém, não se tratava de uma teoria política prática, e sim um aglomerado de ideias e crenças.


Com isso, Jaime I começa a mostrar um poder autoritário, onde a única opinião que interessava era a do rei, desagradando então o Parlamento.


Ele morreu em 1625, sendo sucedido pelo filho Carlos I, que permaneceu com os mesmos ideais do pai, além de mudar as tarifas alfandegárias e implementando o que foi chamado de Ship Money, que era o imposto cobrado anteriormente apenas em regiões portuárias, e com a chegada do novo rei passou a ser exigido em todas as cidades inglesas.


Após tantas desavenças entre o rei e o Parlamento, foi instalada uma Guerra Civil, quando o exército de Carlos I foi derrotado e ele foi executado, em 1649, após ser condenado por traição contra Inglaterra.


Entre os anos de 1649 e 1658, ocorreu o que foi chamado de Revolução Puritana. Na época, a Inglaterra era governada por Oliver Cromwell, que também acreditava no autoritarismo do rei como base do governo. 

Cromwell morreu em 1658, tendo seu filho como sucessor, mas que não obteve o mesmo prestígio que seu pai no poder. Foi então que o Parlamento e a sociedade civil tomaram uma decisão arriscada, restaurar a monarquia Stuart. 

Surgiu então o retorno da dinastia Stuart, período que foi governado por Carlos II e em seguida por Jaime II, entre os anos de 1658 e 1688. Porém, as divergências do Parlamento permaneciam. 

O reinado de Carlos II durou até o ano de 1665, sendo sucedido pelo irmão Jaime II, que tinha como um dos principais objetivos reinstituir o catolicismo e o Absolutismo na Inglaterra. 

Diante das ameaças de retorno ao velho modelo de governo, os parlamentares organizaram um poderoso exército para combater Jaime II. Este, temendo ser decapitado, refugou-se na França. Para substituí-lo, os parlamentares escolheram o genro de Jaime II, um nobre holandês protestante, Guilherme de Orange, que assumiu o trono com o título de Guilherme II (1668). Esse episódio ficou conhecido como Revolução Gloriosa porque ocorreu sem derramamento de sangue.

O novo monarca assinou a Declaração de Direitos (Bill of. Rights), documento que pôs fim ao Absolutismo e instaurou na Inglaterra a monarquia constitucional, sistema que limitava definitivamente os poderes do rei e ampliava os do Parlamento. 

Foi uma vitória do regime parlamentar sobre o Absolutismo real e o início de um período de moderação entre burguesia e nobreza na política na Inglaterra, sistema de governo que recebeu o nome de monarquia parlamentar. 










Livros sobre as Revoluções Inglesas


As Revoluções do Poder – Eunice Ostrensky
1964: A Revolução para inglês ver 
A Grande Revolução Inglesa – José Jobson
As Revoluções Burguesas – Paulo Miceli
A Revolução Inglesa – George Mccaulay Trevelyan
Origens Intelectuais da Revolução Inglesa – Christopher 



Lordes espirituais e temporais 
Pertencentes à Câmara dos Lordes do Parlamento, formada por arcebispos e bispos da lgreja anglicana (lordes espirituais) e membros da nobreza britânlca (lordes temporais). 


Comuns 
Refere-se à Câmara dos Comuns, uma das instituições do Parlamento inglês que reuniam a burguesia urbana e a pequena nobreza no século XVII


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